
Barbara Leite Liberato
O papel do pai no puerpério
Quando nasce um bebê, não é de imediato que a mãe nasce, muito menos o pai. Todos os membros da família, seja mãe, pai ou irmão precisam de algo muito valioso para complementar a transformação que se inicia com o "positivo" de nove meses atrás: o tempo.

Papai Fernando com o filho Gabriel nos braços minutos depois dele nascer
Mulheres se perguntam: " Porque o pai do meu filho não faz nada, enquanto eu, mãe deixei a minha vida de lado para criar essa criança que afinal de contas, é de nós dois? "
Se nós, mulheres, desejamos um homem maduro, responsável, generoso e atento às necessidades alheias, precisamos nos perguntar se nós somos essa mulher! Afinal, esse tipo de homem vai procurar uma mulher com o nível similar de maturidade emocional. Não podemos esperar que ninguém se transforme em um toque de mágica em alguém que não é .
Quando o bebê chora de noite minando qualquer atração sexual e o cansaço começa a afetar a boa química do casal, precisamos rever os nossos papéis enquanto família.
Ter consciência de que o homem vai percorrer o seu próprio processo para se transformar em Pai.
Esse pai precisa de tempo, de acolhimento e de generosidade das mulheres que estão à sua volta: esposa, sogra, mãe, tias, irmãs, cunhadas; para que ele consiga ser apoio e sustento da família durante todo o puerperio. E então após esse período, quando o bebe estiver com 3 anos de idade, o pai tenha capacidade de mostrar a que veio: separar a criança emocionalmente da mãe e mostrar a vastidão do mundo adulto para ela. Mas para que ele chegue lá, precisa de apoio.

O papel do pai é ser esteio emocional para a esposa durante toda a gravidez e puerperio. Ele é o suporte da maternidade. Nesse momento ele facilita a fusão da mãe com o bebê tirando da mulher as preocupações materiais e mundanas para que ela se concentre em amamentar, ninar, acalmar, higienizar, alimentar e apoiar o bebê.
O pai sustenta emocional mente a mãe. A mãe sustenta emocionalmente o bebê. Os familiares e amigos sustentam emocionalmente a família, o casal e os filhos maiores. Proteger, aceitar e amar a sua mulher nesse período é primordial para que não haja desequilíbrio familiar.
Nesse período, a mãe precisa ajustar as suas expectativa e facilitar o processo de transformação dele. O apoio emocional é mútuo, é uma via de mão dupla. Quando pais e mães apoiam um ao outro, os filhos se beneficiam desse apoio emocionalmente.

É tambem função do pai recuperar a libido do casal e se relacionar com o filho como um indivíduo separado da mãe.
Enquanto o pai recupera a mãe sexualmente, ele contribui em transformar o bebê em uma criança que se enxerga como um indivíduo com personalidade própria, separada da mãe.
Esse processo é finalizado por volta dos 3 anos de idade da criança. Período em que ele desenvolve a linguagem e é capaz de se aventurar com o pai no mundo.
A criança começa então a percorrer o mundo adulto sob o olhar e a proteção do pai. Começa a se relacionar socialmente com outras pessoas fora do nucleo familiar. E para que tudo seja natural e saudável, pai e mãe precisam se apoiar e ajustar expectativas para que cada um possa desempenhar o seu papel com o equilíbrio emocional necessário.

O Pai é essencial no processo de socialização da criança no mundo.

Indicação de Livro: A Maternidade e o encontro com a própria sombra
Autora Laura Gutman

" Se fossemos adultos maduros, conscientes de nós mesmos e responsáveis afetivamente, o esquema harmonico seria Mulher <----------> Homem. Trata-se de apoio emocional de ida e volta. Cada membro do casal se ocupa e se satifaz as necessidades e os desejos do outro, eles estão voltados ao bem-estar e equilíbrio de ambos".
Laura Gutman (2019)

Sobre a autora:
Bárbara Leite Liberato é casada com Fernando Liberato, mãe de duas crianças extraordinárias João Paulo, 7 anos e Gabriel, 3 anos. A vida toda quis ser mãe e formar uma família, casou com o grande amor da adolescência e juntos educam os filhos dentro da Parentalidade Positiva. Tem como missão de vida capacitar pais e mães para utilizarem as ferramentas da Disicplina Positiva e da Parentalidade Positiva junto aos filhos. Ler e escrever é uma paixão na vida.
Bárbara Leite Liberato
Educadora Parental em Disciplina Positiva
Membro da PDA / Brasil
Jornalista e Advogada
Certificada em Parentalidade Positiva pela Escola de Parentalidade e Educação Positivas de Portugal
Especializando em Neurociência e Comportamento - PUC/RS
Idealizadora e Editora do blog cheirodemae.com.br
(99) 981326509 - barbaraleiteliberato@hotmail.com
@barbaraleiteliberato