
Barbara Leite Liberato
Engasgo na introdução alimentar
Atualizado: 23 de jun. de 2020
Dúvidas e medos no início do processo alimentar são muito comuns. Será que o bebê vai engasgar? Como ensiná-lo a comer de forma segura e agradável ao paladar? E se ele tiver alguma dificuldade na mastigação, como ajudá-lo sem traumas?

Melina Porto, 6 meses, filha de Rizianne Porto
"Ele não vai engasgar?" Esse é o maior medo e a pergunta mais frequente que ouço de uma família no consultório para iniciar a introdução alimentar do bebê.
Se fizermos tudo direitinho, ele não vai engasgar. Toda criança nos dá sinais de prontidão, e isso acontece por volta dos seis meses de idade, umas com menos outras com mais idade, pois cada criança é ÚNICA.
E o que devemos fazer?
Observar se o bebê consegue ficar sentado sem cair para o lado. Alguns até já conseguem sentar-se sozinhos. Esse equilíbrio nos mostra a correta postura (cervical reta) para que criança controle o alimento na boca e consiga deglutir com facilidade. E assim, o alimento passa pelo esôfago com facilidade.
Outro ponto que devemos observar é se a criança leva objetos para a boca ou se ela demostra interesse pelo que estamos comendo perto dela, tentando repetir os mesmos movimentos e até mesmo pegar o nosso alimento com as mãos.
Demostrado esses sinais, devemos proporcionar um local adequado para oferecer as refeições, como por exemplo, a família à mesa com a criança sentada em uma cadeirinha de alimentação (existem vários modelos no mercado, tipo assento de elevação com o sinto de segurança, cadeirão, cadeirinha que se encaixa na cadeira da mesa e até mesmo o colo), a criança deve estar em uma postura de 90°. Evitar oferecer os alimentos com a criança em carrinhos de passeio, cadeirinhas de balanço, onde a criança não atinja esse ângulo, pois isso pode colocá-la em risco de engasgo.
Oferecer alimentos com cortes e textura adequados, ou seja, macio e com corte “tipo palito”, sempre ter por base o formato de um dedo ou amassados com um garfo. Deixe a criança pegar o alimento com a mão ou a colher e colocá-lo na boca. Se ela ainda não tem essa autonomia, ofereça o alimento na colher, mas deixe que ela “busque” o alimento e não coloque a colher direto na boca da criança.
Os momentos das refeições devem ser preferencialmente junto com a família e com o foco nos alimentos, sem distrações de tv, celular ou outa coisa que possa despertar o interesse da criança contribuindo para que ela não aprenda a mastigar e a engolir o alimento corretamente.
Fisiologicamente, todo bebê tem reflexo de Gag e isso não é engasgo, é uma proteção das vias aéreas que faz com que um alimento, que não foi devidamente mastigado, volte para a boca. Esse movimento que a criança faz parece com uma ânsia de vômito. É um processo natural em que a criança aprende a mastigar corretamente e a deglutir.
E o mais importante, fique sempre por perto, nunca deixe seu bebê sozinho com alimentos. Como já disse em outras vezes, o ato de comer é aprendido.
Um abraço cheio de afeto.

Sobre a autora:
Fabricia Azevêdo é casada com Bruno Liberato, mãe de 3 filhos (Rafael, 12; João Vitor 8; e o terceiro filho está no céu). Uma mãe que mudou a sua vida para cuidar da saúde e alimentação dos filhos. Apaixonada pela vida e pela profissão.
Fabrícia Azevêdo
Nutricionista Materno Infantil - CRN-6: 27623
Clínica PAI. (99) 99989-5821/ 3525-6965
Pós Graduada em Nutrição em Obstetrícia, pediatria e adolescente
Modulação Intestinal
Disciplina Positiva na Alimentação Infantil
Consultora em Aleitamento Materno
@fabriciaazevedo.nutri